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Global

e

 Local

NOSSOS CURSOS
Imagem: Internet

A premissa era promissora: gerar uma nivelação social reduzindo desigualdades e facilitando a importação e exportação de produtos. O nome, sonoro: globalização. Ela interferiu na economia, política, ciências e suas tecnologias e seu impacto na acessibilidade nos produtos e conhecimento – e causou ainda uma mudança cultural enorme na sociedade mundial, pois diluiu o afastamento entre as nações. Mas nem tudo foi tão simples, uma vez que o global nem sempre resolveu dilemas locais. Problemas regionais podem viver à margem do crescimento global. E o individual sobrevive ao coletivo. 

 

O global e o local são autônomos mas, ao mesmo tempo, são indissociáveis. Enquanto o primeiro envolve de forma geral diversas questões, o local tem questões mais específicas. O processo se caracteriza pela aceleração em todos os setores da vida amarrada nas novas tecnologias, que viabilizam o aumento da velocidade do deslocamento de capitais, mercadorias, informações e pessoas provocando mudanças no âmbito econômico, político e da ciência e tecnologia.
 

A globalização se caracteriza por três aspectos: circulação de pessoas, bens e modos de vida – e se fundamenta na negação do nacionalismo e desterritorialização. Os impactos, como em tudo, traz ganhos e perdas. Nesse caso, interferindo no cotidiano local por questões distantes e inesperadas. Um exemplo disso são os refugiados.

Fugindo de guerras, flagelos naturais ou crises econômicas, refugiados vêm de outros países em busca de uma melhor qualidade de vida, oportunidades ou para a própria sobrevivência. Qual a chance de um refugiado que chega sem estrutura conseguir se encaixar na sociedade? Isso impacta diretamente na economia do país, uma vez que, o refugiado quando vem para o Brasil não possui condições mínimas de sustento e amparos sociais como moradia, alimentação e emprego. O que seria a solução para um problema global pode gerar novos problemas – locais. E isso independentemente de ele ser uma pessoa com formação ou não.

Um dos problemas que os refugiados encontram ao chegar no Brasil é a validação do diploma, porque em muitos casos eles não trazem seus documentos e acabam por não validar a sua categoria profissional no país de origem. Isso é determinante no ingresso profissional. Esse é um fator que em muitos casos leva os refugiados para o subemprego ao invés de trabalharem na sua área de formação no país de origem.

Quando o global chega à sua rua

De acordo com o CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados) 8.863 pessoas buscaram o Brasil como refugiadas de forma legal. A maioria saiu do continente africano.

 

De 2011 a 2015, o CONARE concedeu asilo a 2077 refugiados sírios e 1800 já foram cadastrados na Sociedade Beneficente Muçulmana (SBM), ligada à Mesquita Brasil, em São Paulo.

 

Mas há também os imigrantes que perceberam no Brasil uma oportunidade de vida, principalmente, depois de muitos países do mundo não conseguirem manter suas economias em alta. Nos últimos 10 anos, o número de imigrantes subiu 160%, segundo a Polícia Federal. 

Mostraremos a seguir como esses imigrantes vêm a crise brasileira e o próprio Brasil, e a forma que eles encontraram para se adaptarem ao país: 

Clique nos números e conheça algumas histórias...

O que você acha da importação de ideias na educação? E o que sabe sobre o assunto? Recentemente, essas questões entraram no país. Em setembro de 2015, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) propôs a redução do ensino da história europeia e o aumento de informações sobre a África, Américas e Ameríndias. Este ano, uma reforma no ensino médio está sendo estudada para entrar em vigor em 2017. Ambas as ideias tiveram como inspiração os modelos educacionais dos Estados Unidos. 

 

Conversamos com a professora Rosana Schwartz e depois com o professor Roger Marchesini sobre estas propostas e contrapusemos as ideias de cada um. Veja o resultado a seguir.

O global na educação brasileira

O Brasil tem uma cultura de importação das políticas públicas. Como observamos recentemente na proposta do Ministério da Educação e Cultura (MEC), na qual o ensino sobre a história da Europa seria reduzido dando lugar para um aumento de informações sobre a África, Américas e os indígenas. Este fortalecimento do nacionalismo durante o ensino acontece nos Estados Unidos. Qual é a explicação para esta busca de importação de ideias que o Brasil tem?

 

Roger: Para mim, isso acontece porque a teoria não tem pátria, ela é patrimônio da humanidade. Então, por exemplo, se uma comida desenvolvida na Alemanha for boa, não tem motivo para eu não comê-la no Brasil. O que temos que fazer é adequá-la ao clima, aos ingredientes locais. Eu não vou desprezar só porque não foi produzida aqui. Mas também, eu não posso desvalorizar o que foi feito aqui. Eu não me oponho a esta questão de “importação de ideias” desde que essa teoria não seja aplicada exatamente como foi concebida. Eu tenho que me basear na teoria para analisar a minha realidade e a partir dessa análise, faço uma reflexão. 

 

Rosana: Isso é histórico do próprio Brasil e não só na educação. Em vários outros projetos o Brasil se inspira com as ideias europeias. Isso acontece porque desde o século XIX temos uma visão de que os europeus são superiores, civilizados e que nos levariam ao progresso. Este olhar extremamente eurocêntrico existe durante toda a educação. Por exemplo, os estudos sobre a Europa são muito maiores do que os estudos da América Latina, do Oriente, do Oriente Médio e de qualquer outro lugar do mundo porque você tem essa matriz forte dentro da educação e isso foi durante muito tempo sendo replicado.

Rosana Schwartz

Professora da pós graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Roger Marchesini

 

Coordenador de Gestão e Processos Educacionais na Universidade Metodista de São Paulo

Imagem: Internet
Imagem: Internet

 

Impressões sobre o Cairo

"O Egito é bem precário", avalia enquanto destaca o que deu a ele essa impressão: “Existem pessoas vivendo no lixão e outras morando em túmulos. É um lugar falho em termos de relacionamento. Os homens têm prioridades, as crianças são largadas e aprendem em meio a tapas e a religião seguida (Islamismo) mata em nome de Deus. Mas, meu coração bateu forte por este país e então, desde 2010, viajo todos os anos para esta região”.

Vamos de Drop? Dois passos para trás, acreditar e descer!

Disciplina, companheirismo, equilíbrio e relacionamento com Deus. Esses são os valores que o pastor da igreja Batista e voluntário Eduardo Franchi, de 48 anos, procura ensinar aos aprendizes de skate de seus projetos sociais. O também marceneiro chegou a permanecer até nove meses no Egito desenvolvendo trabalhos voluntários.

 

A sua vontade de auxiliar o próximo existe desde a infância, com influência da família, que além de ser bem estruturada estava sempre de braços abertos aos que precisavam. Essa base familiar formou um Eduardo sonhador, disposto a encarar desafios e a batalhar por seus objetivos, o que resultou mais para frente na criação de um projeto educacional na cidade de Cairo, capital do Egito. Nunca tive uma relação com o Egito, não tinha conhecimento de como a população egípcia vivia e de sua cultura. Mas, quando recebi um sinal de Deus, soube que era para lá que eu deveria ir, explica o skatista.

Ao todo, Eduardo viajou cinco vezes para a capital egípcia. Na primeira ida, em 2004, foi sozinho por um mês, quando conheceu toda a região e observou oportunidades de projetos sociais. Após seis anos, voltou com a sua família para realizar ações de alfabetização no bairro Cidade do Lixo e em um cemitério. Nesta época, também percebeu que poderia introduzir os ensinamentos do skateboard.

Conheça o skatista e pastor que arregaçou as mangas e usou seu esporte como ferramenta de trabalho no Egito

Mesmo com essas visões de mundo diferentes, o pastor não teve grandes problemas em sua vivência no Egito e foram poucas as vezes que teve que lidar com situações delicadas. O caso de que mais se lembra aconteceu em sua segunda viagem quando foi alvo de desconfiança da polícia secreta e passou a ser investigado.

"O Egito é um país egoísta", revela. "Quem tem dinheiro não se importa com a necessidade dos outros. Por isso, serviços de voluntariado são vistos com estranheza”. Essas foram razões que o levaram até a pensar em desistir dos projetos.

Religião X Valores

O skate está presente na vida de Eduardo há 34 anos, que por meio de manobras como o Drop, na qual o esportista dá dois passos para trás, pega impulso e enfrenta a rampa, vê oportunidades de trazer ensinamentos de benefício tanto para a sua própria vida como para a dos outros. Mesmo sua formação sendo em teologia e a fé uma de suas maiores características, o skatista procura não misturar a religião com estes valores passados aos participantes dos projetos.

Eu não agrego valores através da religião porque ela é feita por homens. São ensinamentos tirados da Bíblia ou de livros de outros segmentos, mas que o homem tira o seu próprio entendimento. Eu tenho as minhas crenças, mas sou zero por cento religião”.

Em todas as suas idas para o Egito, Eduardo demonstrou sua crença comprando as passagens sem nenhum dinheiro no bolso e ao longo das viagens, contou com doações de instituições religiosas e empresários que se identificaram com a causa.

Sem tempo para depressão
Deixar para trás família e amigos nunca foi um problema para Eduardo. Desapego? Talvez autonomia, talvez independência... Ou até mesmo a consciência de que estamos todos aqui de passagem e a vida vai se preenchendo com tantas outras preocupações que nem saudades e nem depressão têm vez: não há tempo para tê-las quando se corre para ajudar os outros. Nem mesmo às quartas-feiras – seu único dia de folga.

Próximos passos

Para o skatista, o futuro é promissor. Com o objetivo de melhorar os relacionamentos sociais, está focando os seus esforços em ampliar os projetos de skate tanto no Egito como no Brasil.

 

Nacionalmente, o pastor cuida da Skate House Brasil, estrutura feita em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, para ser um ponto de encontro de skatistas, onde podem descansar, permanecer, se alimentar e aprenderem a se relacionar com Deus por meio de atividades de lazer.

Imagens: Maik Uchôa
Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal

Remédios que viajam

Outro exemplo de cooperação mundial para a saúde foi o acordo que os países do Mercosul e seus Estados Associados assinaram no ano passado. Eles se juntam para comprar remédios de alto custo em maior quantidade e por um preço mais baixo.

 

Segundo a Associação dos Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Graves, a AFAG, no Brasil, aproximadamente, existem 13 milhões de pessoas com doenças raras. Medicamentos de alto custo normalmente são destinados ao tratamento destas doenças. Em alguns casos, o medicamento de que estes pacientes precisam não é comercializado no Brasil.

 

Como resolver esta situação? Algumas associações brasileiras têm se dedicado a auxiliarem estas pessoas na compra de remédios no exterior. Se você deseja saber mais sobre o assunto, ouça o áudio a seguir que faz parte da nossa série de reportagens "Caminhos da Saúde".

TUTORIAL: DOCUMENTAÇÃO PARA REMÉDIOS DE ALTO CUSTO

Em primeiro lugar, procure o Município para te ajudar. De preferencia vá ate o posto de saúde e faca a solicitação de sua carteirinha.
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Tenha o laudo médico. Nele deve estar claro as necessidades do remédio e deve ser mencionado o Código da doença e indicação de seu numero do cadastro no Conselho Regional de Medicina.
Agora você pode ir até as unidades de saúde responsáveis pelos remédios de alto custo. Você sabe a mais próxima por indicação no posto de saúde que você fez sua carteirinha. O remédio deve ser entregue na hora. Se não tiver, há um prazo de 30 dias para retirá-lo.
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Tenha a receita médica. O fato de já ter o laudo não ausenta o uso da receita. Nela deve conter o nome do medicamento e seu genérico.
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Leve seus documentos básicos. Sendo RG, CPF e seu comprovante de endereço.
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DICA: Não esqueça de pedir a cópia do protocolo deste pedido. Porque caso não seja aceito é por meio desta cópia que você pode acionar a justiça.

A interação entre global e local acontece também no âmbito da saúde. Por exemplo: o supercomputador Watson da IBM. No sistema dele, médicos do mundo todo podem colocar informações sobre as doenças de seus pacientes. O objetivo é criar uma super enciclopédia que pode ser consultada por eles.

Capítulo 3 - Caminhos da Saúde
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Instituições que ajudam na importação de remédios de alto custo:
Procedimentos para conseguir remédios de alto custo importados:
Capítula 2 - Caminhos da Reportagem
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Quer entender mais sobre a aquisição de remédios de alto custo e como funciona sistema de saúde no Brasil? Ouça a nossa série de reportagens completas: https://soundcloud.com/pi-metodista/sets/caminhos-da-saude/s-OGXlT

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